terça-feira, 13 de novembro de 2012

Desvios de Comportamento

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As Calopsitas são sempre muito cuidadosas, atenciosas e carinhosas com suas crias, porém, o criador deve sempre ficar atento a possíveis transtornos... Uma ave estressada, inexperiente ou interessada em uma nova postura, pode mudar seu comportamento com os filhotes e ser até agressiva com eles... Por isso, acompanhe cada detalhe. A seguir, citaremos algumas situações que podem ocorrer e dicas de como agir...

Mutilação aos Filhotes

Esse é um comportamento muitas vezes iniciado por pais estressados ou que desejam iniciar uma nova postura; dessa forma, quando tentam expulsar os filhotes e não conseguem, começam a feri-los. Por último, e não menos importante, um ambiente não confiável e muito movimentado e/ou barulhento, pode gerar esse comportamento agressivo.

Uma vez iniciada esse hábito de mutilação, os pais normalmente o repetem em crias futuras. Portanto, ao identificar o início de uma mutilação, separe os filhotes dos pais imediatamente, e os alimente de forma manual.

O que caracteriza a mutilação? A mutilação acontece quando o filhote tem a pena e/ou canhão arrancados, apresenta sangue no local e costuma ser um filhote sempre choroso. Observe esses sintomas.

Não devemos confundir a mutilação com o ato dos pais de limpar os filhotes, ou seja, nesse caso, podem faltar algumas penas, principalmente no topete ou no pescoço do filhote, mas em proporções muito menores ao da mutilação.

Em casos que o criador demora a identificar, a situação pode se agravar tanto, que pode afetar o nascimento de novos canhões; devido à destruição do folículo, que dá base ao canhão.

Como forma de prevenção: evite tudo o que pode causar qualquer tipo de estresse na ave... Como por exemplo: mudanças na posição da gaiola, poucas horas de sono, pouca comida disponível, locais com muito barulho, movimento ou outros animais; caso perceba que os pais estão começando a "namorar" novamente, retire os filhotes e os ninhos, pois ao começar o processo de postura, os pais tentarão retirar os filhotes da cria anterior e gerar esse comportamento agressivo. Lembre-se que, o importante é a prevenção e o acompanhamento.

Caso seus filhotes tenham sofrido mutilação pelos pais, leve-os ao veterinário. Não tente medidas caseiras ou automedicação; nesse momento, somente um especialista saberá, de acordo com as devidas proporções, como realizar o tratamento.

Filhotes ou Ovos expulsos do Ninho

Diversos fatos podem ocorrer, para que um ovo ou um filhote caiam do ninho. Faz parte da responsabilidade do proprietário, observar e analisar o que deve ser alterado.

Muitas vezes, um ninho não apropriado para Calopsitas, pode causar rolamento do ovo da sala para ante-sala (onde deveria haver uma barreira), e assim, os pais ao passarem por ele para sair do ninho, podem acabar por derrubá-lo; outras situações podem acontecer, mas somente para que você entenda, que nem sempre um ninho quebrado no fundo da gaiola, foi proposital... Assim como com os filhotes, nem sempre serão os pais os responsáveis, pois, dependendo da idade do filhote, eles se movimentam bastante durante todo o espaço e podem acabar tentando sair do ninho, principalmente, se o mesmo não possuir nenhuma barreira, como citado anteriormente.

Ás vezes, a ave vai realmente expulsá-los do ninho, e nesse caso, a lista de opções para esse comportamento é bem maior. Por exemplo, a fêmea ao perceber um ovo não galado, poderá tirá-lo do ninho para início de um novo processo reprodutivo, assim como com o filhote. Estresse, como temperaturas muito altas no ninho, muito barulho, grande movimentação, etc., poderão causar a mesma atitude neles.

Postura Crônica de Ovos

Esse assunto, apesar de pouco conhecido por algumas pessoas, são extremamente comuns para proprietários e criadores de Calopsitas e Agapornis.

No período de reprodução, a fêmea utiliza de suas reservas de cálcio, proteínas e minerais, não somente para a ocasião de postura, como para se manter durante todo esse tempo.

Porém, é necessário entender que, para iniciar uma postura crônica, a fêmea não precisa ter copulado anteriormente. Ou seja, se a fêmea achar estímulo para procriação, ela irá começar a postura e o dono deverá saber como agir nesse caso. Por isso, é importante saber o que fazer e não fazer, para que a sua calopsita não se sinta estimulada a procriar... Pois, esse instinto todas tem, mas ao encontrarem "motivo", vão fazer, em qualquer idade, qualquer local e até sem parceiro, o que causa um tremendo desgaste para a ave...

Então, saiba como agir de forma preventiva e, também em casos que a fêmea já iniciou uma postura crônica:

* A alimentação é um fator importantíssimo como forma de prevenção; Lembre-se sempre de que a alimentação oferecida deverá ser balanceada, rica em nutrientes, vitaminas, cálcios e minerais. Aposte em sementes, farinhadas, rações extrusadas, verduras, legumes e frutas frescos sempre. Dúvidas no que pode oferecer a sua calopsita? Consulte nosso tópico de Alimentação.

* A luz natural faz com que sejam liberados os hormônios que incentivam a procriação nas aves; sendo assim, reduza o tempo de luz que ela recebe. Num dia normal, a calopsita receberá de 6 a 8 horas de luz natural; nesse caso, mude a posição da gaiola, talvez até para outro cômodo que tenha menos incidência de luz ou cubra a gaiola.

* Faça alterações na gaiola... Mude-a de ambiente, troque os poleiros, comedouros e bebedouros de lugar, os brinquedos, etc.; isso causará uma distração positiva na fêmea.

*Nunca deixe a disposição da fêmea solteira, itens que possam lembrar um local de choco, como ninhos, caixas, cabaninhas, bacias, potes grandes, etc. Se sua calopsita fica solta, ela poderá utilizar de outros locais para fazer um ninho, como debaixo de armários, parte de trás de portas, armários, racks, etc.; Por isso, se ela já iniciou uma postura em algum local fora da gaiola, retire-a do local e a deixe por um tempo na gaiola. Caso ela tenha iniciado uma postura dentro da gaiola mesmo, as duas medidas acima deverão ser aplicadas.

* O veterinário deverá ser sempre uma opção para você em qualquer situação; mas nesses casos de postura crônica, devido ao desgaste causado, o ideal é que ela possa ser avaliada rapidamente por um especialista em aves. Consulte nosso veterinário parceiro.

Pode acontecer que mesmo seguindo todas as orientações acima, sua ave continue a por os ovos ou inicie-o. Por experiência, sempre recomendamos que os ovos não sejam retirados da fêmea, pois devido ao desejo natural de procriação, quanto mais ovos forem retirados, mais ela colocará para repor. Deixar com que ela choque os ovos, fará com que sinta saciado o seu desejo de procriação, pois teria completado todo o ciclo. Dessa forma (como um ovo desse tipo não está galado, ou seja, fecundado), em aproximadamente 20 dias, ela perceberá isso, e abandonará os ovos por conta própria.

Outra medida que também pode trazer resultados positivos, é logo após a postura do 1º ovo, o dono inserir ovinhos artificiais no ninho. Pois como uma fêmea costuma pôr de 4 a 7 ovinhos, ela entenderia já ter uma quantidade suficiente e colocaria no máximo mais 2 ovos.

Independente da forma que você decidir ajudar a sua calopsita nessa etapa, nunca se esqueça de fornecer bastante cálcio a ela. Seja em bloco, ossos de siba ou em líquido, é importantíssimo que ela tenha reposto todo o cálcio gasto com essas posturas.

Como foi mencionado anteriormente, mas que vale reforçar, observe sempre se sua calopsita que vive solta está passando muito tempo em algum determinado local da casa. Pois às vezes, quando menos esperamos, ela já encontrou um estímulo e inicia uma postura. Isso acontece com maior facilidade em aves que vivem soltas, devido a essa possibilidade de explorar diversos locais, diferentemente de aves que vivem em gaiolas a maior parte do tempo.